domingo, 11 de janeiro de 2015

A primeira vez que Beatriz e eu nos separamos

Pode parecer dramático: mas foi exatamente assim que aconteceu.
Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu iria passar por isso, só que não sabia que era tão difícil.
Algumas mães já me perguntaram como eu fazia com minha filha por não morar com o Humberto e como eu reagiria durante a ausência dela.
Pois bem.

Beatriz ontem foi dormir pela primeira vez com o Pai na casa dos avôs no interior de Minas Gerais. Eu estava numa cidade ao lado, 25 minutos de carro – mas parecia mais outro país.
Eu tomei essa decisão de supetão, sem planejar ou pensar muito – se pensasse demais desistira logo no caminho – e também sabia que não podia mais adiar, já que Beatriz precisa passar mais um tempo com o Humberto, sem a minha presença.
Já no banho comecei a ficar emocionada. Enquanto a arrumava, tentei ao máximo segurar a emoção. Arrumando as coisinhas dela, já sentia um enorme aperto no peito. Quando fui levá-la para o carro, as lágrimas já escorriam sem pedir licença.

Quando o carro saiu pelo portão, desabei. Foi uma coisa tão natural que não sei se vou conseguir explicar ou se alguém vai me entender. Simplesmente chorei. Não estava triste, mas o fato dela passar a noite em outro lugar, sem o meu cuidado, sem a minha proteção, sem o meu amor me deixou muito assustada. Não é que não confio no Humberto ou nos pais dele. Mas a Beatriz nunca se afastou de mim desde que ela nasceu. Claro, já sai algumas vezes e a deixei com o pai, avós, avô, tio – mas nada mais que 3 horas.
Voltei para a casa, me recuperei do choque e fui encontrar meus amigos.
Fui repreendida e criticada de ter chorado por pessoas que nunca passaram perto da experiência de ser pai/mãe. Não liguei. Tentei ao máximo curtir aquele momento dedicado apenas aos meus amigos e me divertir. Parecia que estava faltando alguma coisa, toda hora me virava procurando algo...
Ah, que saudade eu senti. Tive vontade de ligar, pedir fotos, ouvir o som da voz dela... Porém ela já estava apagada, o que me ajudou a me desconectar um pouco.
Confesso que fugi um minuto da roda para matar a saudade vendo as fotos que havíamos tirado naquela tarde #alouca. Porém as coisas começaram a se acalmar dentro de mim e aos poucos fui ficando mais confortável com toda aquela situação,
Não consegui dormir bem. Acordei algumas vezes para saber se já era hora de pegar o carro e correr para enchê-la de beijos! Fiquei um pouco ansiosa, pois não sabia o que era acordar e não ter praticamente nada pra fazer. Sentia falta dela mas não estava mais com aquela explosão de sentimentos que me desnorteou no início.

O REENCONTRO

FOI A MAIOR DECEPÇÃO DA MINHA VIDA!
Ela estava tão feliz e contente brincando na horta do avô com pregadores de roupa que sequer fez festa quando me viu! Nem tirei os óculos escuros pra ninguém ver que meus olhos encheram d’agua. Ela nem estava sentindo minha falta! Fiquei chateada e MUITO feliz ao mesmo tempo. Vi que meu “sofrimento” foi um pouco desnecessário e que ela é sim capaz de viver e ser feliz um pouquinho longe de mim. Não posso ser egoísta em pensar que tenho que estar com ela a todo instante. Eu estava errada.
O que senti a princípio foi legitimo, mas acho que daqui em diante pensarei diferente caso precise me afastar. Definitivamente cortar o cordão umbilical.

Infelizmente – ou não – nós, mães, não recebemos junto com os filhos um manual de instruções. Estou aqui dividindo com vocês minhas experiências – meus erros e acertos – para mostrar que, por mais que tenhamos que ser sempre AS MELHORES, nós também erramos e sofremos. Somos de carne e osso, temos medos e anseios e procuramos acertar sempre – mesmo que metendo os pés pelas mãos. As experiências que vivemos nos tornam mais fortes e ensinam o que devemos ou não fazer daquele momento em diante. Toda experiência é valida e por isso gosto tanto de dividir com vocês.

Exagerei e sofri sem necessidade... mas quem nunca, não é mesmo?

Somos mamães DEMAIS. AMAMOS DEMAIS. SENTIMOS DEMAIS!

Obrigada pela atenção!
Se quiser dividir sua historia ou falar comigo, sinta-se a vontade em me escrever
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Um beijo!

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